Doce lembrança

Era um balanço típicamente `infanto-interiorano`: a corda azul acetinada sustentava um largo e confortável assento retangular de madeira rústica.

Não por acaso, mas acreditava que por pura magia,o balanço havia sido amarrado á estrutura de madeira onde já ‘morava’ uma parreira de uvas muito doces. Tantos as uvas quanto os ramos `azedinhos` da entre-safra ficavam á altura do balanço, permitindo alcançar vários deles. Dos meus 4, 5 anos, sempre acreditei que aquele balanço havia nascido junto com a parreira, tamanha a harmonia entre eles.

Mas o melhor, o melhor de tudo era ter nesse cenário, já sem retoques, minha doce `Bá` que gentilmente me balança, sem fim, todos os dias.
Dona de um sorriso largo, mãos fartas e macias e a mais perfeita voz negra que cantarolava enquanto o balanço ia e vinha... ia e vinha...