A Menina
Ela experimentou o chão com as pontas dos pés. Parecia mais frio que o usual. Entre os vãos da veneziana fitava a chuva e o cenário parecia ainda mais culposo. Mais solitário.
Abraçada ao Pataco, o amigo camelo, A Menina repassava o dia buscando nos detalhes “o erro”. Havia ido à escola como sempre, almoçara tudo, feito a lição e não faltara a nenhuma das atividades complementares. O banho dàs cinco, como sempre, no horário (ok, havia tomado às 5:20pm, será que a Mãe havia descoberto?). Devorara o creme de legumes com bolinhos de soja no jantar e não havia esquecido se quer de passar o fio dental antes da escovação.
Depois de repassar o dia, várias e várias vezes, A Menina, exausta, adormeceu soluçando, na esperança que ela seria “castigada” durante o sono e que na manhã seguinte, sua querida Mãe aceitaria ser novamente sua melhor amiga.
5 Comments:
Querida amiga
adorei os posts, todos eles!
Só acho que seu blog não deveria se chamar Leitura de Banheiro, mas sim Leitura do Coração.
Beijo grande
Obrigada, Cláu!
Numa analogia distraída dá até pra dizer
que o Banheiro sendo o lugar mais íntimo da casa,
é o coração!!! Pode ser?
bjs
Puta porcaria, não?
:o(
Temos conceitos diferentes relacionados a banheiro, Lu. Mas dentro da sua concepção, está adequadíssimo.
beijos
E viva as diferenças!
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