Friday, September 22, 2006

Palavra roubada


Nem foi, na verdade, uma cena inédita, embora continuasse lhe tirando o fôlego.
Ao contrário lhe era íntima.
Dolorosamente conhecida.

Acima, com a palavra e sem permitir retórica, o senhor absoluto do espaço sentencionava.
Um sorriso irônico sobrepunha-se a qualquer tentativa de diálogo.
Em meio a platéia atônita, festiva, triste, decepcionada ou quem sabe milindrada tentou-se uma resposta, ainda que trêmula, buscando “infringir” a maldita regra vertical.
Impossível.

A cena era a de abandono, de total desatenção.
Covardia.
Desconforto.
Gosto ácido e cortante tirou-lhe o chão embora o semblante sereno, usado há anos,tentasse desesperadamente uma nova versão ao fato.

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